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Durante séculos, a Igreja Romana proclamou: “Não existe salvação fora de Roma”. Essa afirmação se baseava em uma rede de rituais, sacramentos e subordinação ao Papa, colocando a instituição como intermediária entre Deus e os homens. A prática das indulgências, bulas papais e penitências criou uma percepção de que a salvação poderia ser, de certo modo, adquirida. 

Johann Tetzel foi um frade dominicano e pregador católico romano alemão. Ele se destacou como Grande Comissário para indulgências na Alemanha, onde ficou conhecido por conceder indulgências em troca de dinheiro, o que permitia a remissão da pena temporal devida ao pecado, cuja culpa já havia sido perdoada. Essa prática foi fortemente contestada por Martinho Lutero e se tornou um dos principais pontos de discordância que levaram à Reforma Protestante.

Tetzel, popularizou a ideia de que, “ao som de uma moeda caindo no cofre, uma alma era liberada do purgatório”. No entanto, essa visão deturpava a essência do Evangelho, desviando o foco da obra redentora de Cristo.

Nos dias de hoje, o Evangelho moderno, em muitos contextos, não está tão distante dessa antiga heresia. Ele sugere que “não existe salvação sem sacrifício”, promovendo uma teologia onde o esforço pessoal, as boas obras e o sacrifício são vistos como essenciais para garantir o favor de Deus. Embora com uma embalagem diferente, a essência permanece a mesma: a confiança é colocada em algo além de Cristo.

Qual é a diferença entre a antiga heresia e esta nova forma de religiosidade? Em termos de essência, nenhuma. Ambas compartilham a ideia de que o esforço humano é necessário para alcançar a salvação, obscurecendo a simplicidade da fé em Cristo.

A verdade, no entanto, permanece inalterada: “Não existe salvação fora de Cristo e Este crucificado.” O apóstolo Paulo, ao escrever aos coríntios, deixou claro que a centralidade do Evangelho é Cristo e Sua obra na cruz. A salvação não é fruto de rituais, sacrifícios ou obras humanas, mas sim da graça de Deus manifestada em Jesus.

Assim como na época de Tetzel, quando a simplicidade do Evangelho foi corrompida por práticas humanas e pela venda de indulgências, hoje também enfrentamos distorções que podem desviar nosso foco do verdadeiro sentido da fé. Devemos lembrar constantemente que a verdadeira fé repousa unicamente no que Cristo fez por nós na cruz, sem a necessidade de obras ou rituais que tentem complementar Sua obra perfeita. Que o Espírito Santo nos conduza a uma compreensão clara e pura do Evangelho, onde Cristo, e somente Cristo, é o fundamento inabalável da nossa salvação, afastando-nos de qualquer tentativa de adicionar algo à graça que nos foi dada.

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