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“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós.” Mateus‬ ‭5‬:‭10‬-‭12

A última bem-aventurança traça um círculo sagrado ao redor daqueles que enfrentam perseguição devido à sua busca pela justiça (1 Pedro 3.13,14; 4.12-16).
“Se, de fato, vocês quiserem fazer o bem, quem lhes fará o mal?Como vocês serão felizes se tiverem de sofrer por fazerem o que é certo! Não tenham medo de ninguém, nem fiquem preocupados.” (1Pedro 3:13-14)
“Meus queridos amigos, não fiquem admirados com a dura prova de aflição pela qual vocês estão passando, como se alguma coisa fora do comum estivesse acontecendo a vocês. Pelo contrário, alegrem-se por estarem tomando parte nos sofrimentos de Cristo, para que fiquem cheios de alegria quando a glória dele for revelada. Vocês serão felizes se forem insultados por serem seguidores de Cristo, porque isso quer dizer que o glorioso Espírito de Deus veio sobre vocês. Se algum de vocês tiver de sofrer, que não seja por ser assassino, ladrão, criminoso ou por se meter na vida dos outros. Mas, se alguém sofrer por ser cristão, não fique envergonhado, mas agradeça a Deus o fato de ser chamado por esse nome.”
(1Pedro 4:12-16)
Os cristão aqui descritos são aqueles comprometidos em viver à imagem de Jesus.
A perseguição pode assumir formas diversas. Não se restringe apenas às experiências severas enfrentadas por irmãos cristãos em nações oprimidas. Mesmo um cristão do mundo ocidental que busca viver com justiça pode ser ridicularizado pela família, marginalizado pelos amigos. Mesmo quem cresceu em um ambiente acolhedor pode encontrar oposição e críticas em algum momento.
A recompensa por enfrentar perseguição pela justiça é o Reino dos Céus. Em outras palavras, essa bem-aventurança serve como um teste para todas as outras. Da mesma forma que alguém precisa ser pobre em espírito para entrar no reino (Mateus 5.3), também deve ser perseguido pela justiça para ter acesso ao reino. Essa bem-aventurança revela-se como uma das mais profundas, conectando todas as demais. Se um discípulo de Jesus nunca enfrenta qualquer forma de perseguição, é legítimo questionar onde se manifesta a justiça em sua vida. Sem justiça, não há alinhamento com a vontade de Deus, e como poderia alguém entrar no reino?
Esse princípio fundamental ressurge repetidamente no Novo Testamento. O cristão vive em um mundo caído, e se ele exibe uma justiça autêntica, será rejeitado por muitos. A verdadeira justiça, por sua natureza, implicitamente condena, provocando frequentemente reações de ataque e represália. Dessa forma, ao viver de maneira justa e íntegra, os discípulos de Cristo se tornam agentes de divisão: aqueles que se afastam do Salvador e aqueles que são atraídos para Ele.
Bem-aventurados os Perseguidos
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus…” Mateus 5:10
O capítulo começa com Jesus falando sobre a bem-aventurança daqueles que são perseguidos por causa da justiça. Ele destaca que, ao longo da história, aqueles que buscaram viver de acordo com os princípios divinos enfrentaram perseguições.
Jesus menciona que a perseguição pode ser física ou verbal, e isso acontece quando a verdade de Cristo confronta os valores do mundo. Essa perseguição não é apenas física; muitas vezes, as palavras também podem ferir.
O Que Jesus Está Dizendo?
Ele está explicando que ser perseguido por viver uma vida justa e de acordo com os ensinamentos divinos é uma experiência comum para aqueles que buscam seguir seu caminho. Isso acontece porque, ao confrontar o mal e a injustiça, o cristão pode se tornar alvo.
A Surpresa da Multidão
É interessante notar que, naquele momento, as palavras de Jesus surpreendem a multidão. Muitos devem ter se perguntado por que seguir Jesus envolveria enfrentar perseguições. Afinal, Ele estava apenas começando Seu ministério, curando doentes e ensinando sobre o Reino dos Céus.
Jesus, desde o início, quer deixar claro para Seus seguidores o custo de segui-Lo. Ele menciona que a perseguição faz parte do caminho para aqueles que desejam viver piedosamente em Cristo. Isso não é apenas uma possibilidade, mas uma garantia para aqueles que escolhem seguir o caminho da justiça.
O Conflito de Dois Reinos
Jesus destaca que a perseguição surge do constante choque entre dois reinos: o Reino representado por Ele e o Reino das trevas representado por Satanás. Sempre que esses dois reinos se encontram, há uma colisão de valores que gera perseguição.
A Transparência das Expectativas
Uma das razões pelas quais Jesus compartilha essas verdades é para que Seus seguidores saibam o que esperar. Ele não quer surpreendê-los; pelo contrário, Ele está sendo transparente sobre as expectativas. Isso ajuda a evitar desânimo, pois os seguidores estão cientes do que enfrentarão.
O Exemplo na História da Igreja
O capítulo menciona exemplos ao longo da história da igreja, desde os profetas do Antigo Testamento até os apóstolos do Novo Testamento. O autor ressalta que a perseguição é uma realidade que sempre esteve presente na jornada daqueles que buscam viver uma vida justa e piedosa.
A perseguição não é apenas física; pode envolver o desprezo social e o isolamento. No entanto, aqueles que são perseguidos por causa de Cristo têm uma recompensa nos céus.
O Privilégio do Sofrimento por Cristo
A palavra “χάρις” (pronunciada “kharis”) usada originalmente, significa graça. Crer em Cristo é um ato de graça, mas sofrer por Ele é outro. Participar dos sofrimentos pela causa de Cristo é parte dos privilégios que Deus concede na nossa salvação.
É vital compreender a profunda verdade por trás da afirmação “Você recebeu “kharis” pela graça, pelo amor de Cristo.” Não se trata apenas de acreditar em Cristo; é também um privilégio sofrer por Ele.
O sofrimento por Cristo não é uma simples expectativa, tampouco é uma consequência das condições decaídas deste mundo. É, na verdade, um privilégio concedido pela graça divina.
Enfrentando a Perseguição: Regozije-se e Alegre-se
A segunda questão que surge é como devemos encarar a perseguição. O versículo 2 nos diz para “regozijar-se e alegrar-se.” Isso vai além de simplesmente tolerar ou aceitar; é uma ordem para nos alegrarmos ativamente. Nossa alegria e regozijo não são opções, são ordens divinas.
Na linguagem das bem-aventuranças, essa ordem é única e imperativa. Quando somos perseguidos pelo nome de Cristo, não devemos apenas aceitar, mas devemos saltar de alegria, gritar de júbilo. Imagine estar sendo perseguido e, em resposta, exclamamos “uau, glória a Deus, aleluia!” Essa deve ser nossa atitude diante da perseguição.
A Experiência dos Apóstolos: Alegrando-se na Perseguição
Para entender melhor como devemos reagir diante da perseguição, podemos olhar para a experiência dos apóstolos. No livro de Atos, no capítulo 5, vemos que foram presos por pregar a palavra, mas um anjo os libertou. O que fizeram em seguida? Voltaram para a praça pública e continuaram pregando o evangelho.
Ao enfrentar a perseguição, eles não se resignaram nem se lamentaram; em vez disso, saíram da prisão regozijando-se. Eles consideraram um privilégio serem considerados dignos de sofrer por Cristo.
O Exemplo de Paulo: Alegrando-se nas Chicotadas
Outro exemplo notável é o apóstolo Paulo. Ele enfrentou inúmeras perseguições e foi açoitado por várias vezes. Em Atos 16, vemos que ele foi açoitado e lançado na prisão, mas ele e Silas estavam cantando. Eles consideraram digno sofrer desgraça pelo nome de Cristo.
Esses exemplos destacam a atitude que devemos ter diante da perseguição. Não apenas tolerar, mas alegrar-se. Não apenas aceitar, mas exultar. Devemos aprender a considerar a perseguição como um privilégio concedido pela graça de Deus.
A Razão da Perseguição: Identificação com Cristo.
A razão pela qual devemos nos alegrar na perseguição é clara quando entendemos que estamos seguindo os passos dos profetas. Assim como eles foram perseguidos, nós também somos. Ao sermos perseguidos, nos identificamos com aqueles que foram enviados por Deus, os profetas que proclamaram Sua palavra.
Ao enfrentar a perseguição, não devemos esquecer que somos abençoados, que pertencemos ao mesmo time dos profetas, aqueles que foram enviados por Deus. Portanto, regozijar-se na perseguição é, de fato, reconhecer nossa identificação com Cristo e os servos que O precederam.
A Importância do Quebrantamento
É crucial entender que o caráter moldado pelas bem-aventuranças não é algo inato; é forjado na fornalha da aflição. O coração pobre de espírito, o que chora por seus pecados, o faminto e sedento de justiça, o misericordioso, o puro de coração, o pacificador — todos esses aspectos do caráter cristão são formados no calor da aflição.
O quebrantamento é vital, pois:
• Evita que o coração acredite que merece os privilégios de Deus.
• Impede o abuso do poder divino ao exibi-lo e, consequentemente, preserva esse poder.
• Garante que os privilégios concedidos por Deus sejam vistos como graça, não direitos.
“A Glória Além da Aflição”
“Não só acreditar nele, mas também sofrer por ele é um privilégio que você pode ter.”
Você já se perguntou sobre o propósito do sofrimento em sua jornada cristã? Muitas vezes, tendemos a associar a vida de fé apenas à expectativa de bênçãos e prosperidade. No entanto, a Palavra de Deus nos lembra de um privilégio muitas vezes esquecido – o privilégio de sofrer por Cristo.
Atribuir um significado mais profundo ao sofrimento é vital para o progresso espiritual. Não estamos simplesmente sujeitos a adversidades por acaso; somos chamados a enfrentá-las como um privilégio concedido pela graça de Deus. A palavra “kharis” em seu original grego nos lembra que esse privilégio é uma expressão da graça divina em nossa vida.
O sofrimento não é uma mera expectativa ou uma consequência inevitável das condições decaídas deste mundo.
É um componente essencial para o nosso desenvolvimento espiritual, um privilégio concedido para moldar-nos à imagem de Cristo.
E, mesmo diante da perseguição, somos exortados a não apenas tolerar, aceitar ou resignar-nos, mas a nos regozijar e alegrar. Sim, você leu corretamente! Em meio às tribulações, somos ordenados a nos alegrar.
Isso vai além de uma atitude passiva; é uma ordem para expressar alegria e gratidão em meio às dificuldades.
Pode parecer paradoxal, mas a alegria na tribulação é a marca dos verdadeiros seguidores de Cristo.
É um testemunho vivo de nossa confiança nele, independente das circunstâncias. Lembre-se de que não estamos sozinhos nessa experiência; a história da igreja está repleta de exemplos de indivíduos que souberam como se alegrar em meio à perseguição.
Exemplo dos Apóstolos
Refletindo sobre o livro de Atos, vemos os apóstolos enfrentando perseguições. Mesmo após serem açoitados e proibidos de pregar em nome de Jesus, saíram da presença do conselho regozijando-se. Sua atitude desafiadora ilustra a alegria de serem considerados dignos de sofrer por Cristo. Esses homens não apenas suportaram a perseguição, mas a abraçaram com alegria, seguindo a ordem de Cristo no Sermão da Montanha.
Lições da História da Igreja
A história da igreja está repleta de exemplos semelhantes. Considere o apóstolo Paulo, que, mesmo após açoitado e preso, declarou que se alegrava em suas fraquezas. Sua atitude desafiadora demonstra uma compreensão profunda do propósito divino na tribulação.
Perspectiva da Eternidade
É crucial mantermos a perspectiva da eternidade durante as tribulações. Os sofrimentos desta vida não podem ser comparados com a glória que nos será revelada. Quando mantemos nossos olhos fixos em Jesus, compreendemos que a tribulação está esculpindo em nós a imagem de Cristo.
Ao enfrentarmos a tribulação com alegria, não apenas reconhecemos o privilégio de sofrer por Cristo, mas também abraçamos a formação contínua de sua imagem em nós. A aflição, longe de ser um obstáculo, torna-se uma ferramenta nas mãos do Divino Escultor.
Então, lembre-se, querido leitor, quando a tribulação vier, regozije-se e alegre-se, pois em meio ao sofrimento, somos moldados à imagem do nosso Salvador, e a glória além da aflição nos aguarda.

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