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“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” Mateus‬ ‭5‬:‭9

Dentro do vasto tecido da narrativa bíblica, Jesus Cristo emerge como o supremo pacificador — o Príncipe da Paz. Ele restaura a harmonia entre Deus e a humanidade, removendo o pecado que causa o distanciamento. Além disso, Ele estabelece a paz entre os seres humanos, removendo o pecado e guiando-os a uma comunhão direta com Deus (especialmente destacado em (Efésios 2.11-22). Após sua ressurreição, Jesus saudou seus discípulos com as palavras revigorantes: “Paz seja com vocês” (Lucas 24.36; João 20.19). Assim, as boas-novas proclamadas por Jesus são a suprema mensagem de paz, e o cristão que testemunha e compartilha sua fé torna-se, essencialmente, um mensageiro da paz, um pacificador. Não é surpreendente que Paulo recorra à linguagem simbólica de Isaías, descrevendo mensageiros que correm pelas trilhas montanhosas da Judeia: (Isaías 52.7; Romanos 10.15).”Como são belos sobre os montes os pés dos que anunciam boas-novas, que proclamam a paz, que anunciam coisas boas, que proclamam a salvação, que dizem a Sião: O seu Deus reina!”
O papel de pacificador do cristão não se limita à divulgação do evangelho; ele também abraça a missão de acalmar tensões, buscar soluções e assegurar uma comunicação eficaz. Em situações de envolvimento pessoal, é crucial lembrar que “a ira humana não produz a justiça que Deus deseja” (Tiago 1.20) e que “a resposta branda desvia o furor” (Provérbios 15.1). O cristão deve discernir que problemas, mesmo os significantes, não definem sua identidade. Para evitar gerar mais calor do que luz, é essencial ajustar o tom de voz conforme a intensidade da discussão e cultivar um espírito bem-humorado.
A recompensa do pacificador é ser chamado de filho de Deus, refletindo o caráter pacificador de seu Pai celestial. Nos dias atuais, os cristãos ainda intuitivamente reconhecem esse aspecto divino no caráter do pacificador. Por exemplo, em convenções ou reuniões da igreja, quando os cristãos se envolvem em debates acalorados, aquele que permanece calmo, ouve com respeito, equidade e educação, acalmando os ânimos, é considerado espiritual pelos irmãos, mesmo que não expressem isso verbalmente. Essa conduta deveria ser a norma entre os discípulos de Jesus Cristo, pois Ele próprio instituiu essa prática como um aspecto essencial do ser filho de Deus.
A Busca pela Paz Interior
Essa bem-aventurança, encontrada nas palavras de Jesus, ressoa profundamente em todos nós. Afinal, quem não deseja a paz? No entanto, a busca pela paz muitas vezes nos escapa, e é sobre esse tema que vamos refletir neste capítulo.
A paz que Jesus menciona não é apenas a ausência de conflitos externos, mas algo mais profundo – uma paz interior. É interessante notar que, mesmo para os humanistas seculares, esta bem-aventurança tem um apelo universal. Isso sugere que, independentemente das crenças, todos reconhecem a necessidade de viver em paz.
No entanto, a busca pela paz muitas vezes nos leva a olhar para o mundo ao nosso redor em vez de examinar nosso mundo interior. Tiago, em sua carta, nos questiona sobre a origem das guerras e conflitos, apontando para as paixões que ainda não se renderam ao senhorio de Cristo (Tiago 4:1). Esta é uma verdade poderosa e muitas vezes esquecida: a falta de paz interior está enraizada nas paixões que ainda resistem à transformação pelo poder de Cristo.
Talvez você já tenha refletido sobre isso, mas vale a pena repetir: as guerras em nossa vida, os conflitos que enfrentamos, não surgem do exterior, mas das paixões que ainda lutam dentro de nós. É fácil esquecermos disso, mas a realidade é que a paz interior não virá até que essas paixões se rendam ao senhorio de Cristo.
Ao abordar essa questão, é crucial entender que a paz interior não é meramente um desejo de tranquilidade no mundo ao nosso redor. É sobre permitir que Cristo governe nossas paixões, sobre entregar a Ele o controle total de nossos corações. A paz que tanto buscamos começa dentro de nós.
Jesus, em sua jornada terrena, foi abordado por multidões que buscavam alívio para suas dores físicas e problemas exteriores. No entanto, a mensagem que Ele trouxe era sobre o Reino, não apenas sobre cura física. Muitos de nós, como essas multidões, muitas vezes nos preocupamos mais com as aflições físicas do que com as questões espirituais.
É interessante notar que as pessoas nem sempre reconhecem a verdadeira natureza de sua necessidade. Aqueles que ainda não entregaram suas vidas a Cristo veem nele o Príncipe da Paz, mas sua ausência de paz revela a falta de senhorio de Cristo em seus corações.
A ausência de paz é uma condição que aflige a humanidade. No entanto, muitos de nós têm experimentado uma falta de paz mesmo após aceitar a Cristo, muitas vezes devido à persistência de paixões não rendidas. Essas paixões, muitas vezes, se tornam nossa própria guerra interior, mesmo após a reconciliação com Cristo.
Viver em paz é um desejo compartilhado pela maioria, mas alcançá-la parece uma tarefa desafiadora. O homem busca incessantemente a paz, mas somente Cristo pode estabelecer plenamente Seu reino na terra. Esta bem-aventurança, no entanto, traz lições valiosas para aqueles que vivem neste estado de busca, mesmo antes da consumação do reino dos céus.
Vamos explorar quatro perguntas cruciais relacionadas a esta bem-aventurança:

      1. Quem são os abençoados? Os “pacificadores” são os abençoados a quem Jesus se refere nesta passagem. Um pacificador, não é apenas alguém que evita conflitos superficiais, mas alguém que procura reconciliação e restauração nas relações. Esses são indivíduos que buscam ativamente a paz, não apenas como uma ausência de conflito, mas como a presença da justiça e harmonia que vem da transformação interna.

      1. Em que consiste a paz? A paz mencionada aqui vai além da tranquilidade exterior; ela está intrinsecamente ligada à justiça e ao alinhamento com a vontade de Deus. A paz verdadeira, é o resultado da reconciliação com Deus e com os outros. Envolve a restauração da comunhão que foi quebrada pelo pecado. Portanto, ser um pacificador não é simplesmente evitar brigas, mas contribuir ativamente para a restauração da ordem divina.

      1. Qual é a fonte da paz? A fonte última da paz, é a obra redentora de Cristo. A reconciliação com Deus é possível por meio da obra da cruz, onde Jesus fez a paz pelo sangue do seu sacrifício (Colossenses 1:20) “Portanto, por meio do Filho, Deus resolveu trazer o Universo de volta para si mesmo. Ele trouxe a paz por meio da morte do seu Filho na cruz e assim trouxe de volta para si mesmo todas as coisas, tanto na terra como no céu”. Portanto, os pacificadores refletem a obra de Cristo ao buscar ativamente a restauração nas relações humanas, compartilhando o Evangelho da reconciliação.

      1. O que significa ser chamado filho de Deus neste contexto? Ser chamado “filho de Deus” é um título elevado e honroso. No contexto desta bem-aventurança, ser chamado filho de Deus implica compartilhar a natureza e caráter do Pai celestial. Os pacificadores, ao agirem em conformidade com a vontade de Deus, refletem a filiação divina. Isso não apenas destaca sua relação com Deus, mas também ressalta sua participação na missão divina de trazer paz e reconciliação ao mundo. A ênfase inicial é na busca ativa da paz, não apenas no desejo passivo. A ideia é apresentada de que a paz interior está intrinsecamente relacionada à busca interior, e as paixões não rendidas ao senhorio de Cristo são apontadas como fonte da falta de paz.
        A narrativa então se aprofunda na razão pela qual muitos procuram paz no mundo exterior, enquanto a verdadeira fonte está dentro de cada indivíduo. O autor destaca que a falta de paz muitas vezes decorre de paixões internas não submetidas a Cristo. O texto faz referência a (Santiago 4:1) “De onde vêm as lutas e as brigas entre vocês? Elas vêm dos maus desejos que estão sempre lutando dentro de vocês”, que questiona de onde vêm as guerras e conflitos, enfatizando que eles surgem das paixões que lutam dentro de cada pessoa.
        A reflexão avança para a análise das multidões que se aproximaram de Jesus, contrastando a busca de cura física com a verdadeira necessidade espiritual de paz. O autor argumenta que muitas vezes as pessoas estão mais preocupadas com suas necessidades físicas do que com as espirituais, esquecendo que a maior necessidade é a paz interior, reconciliação com Deus.
        A narrativa explora a natureza da guerra interior entre o eu não rendido a Cristo, chamando a atenção para (Romanos 5:10) “Nós éramos inimigos de Deus, mas ele nos tornou seus amigos por meio da morte do seu Filho. E, agora que somos amigos de Deus, é mais certo ainda que seremos salvos pela vida de Cristo”, que descreve os seres humanos como inimigos de Deus antes da reconciliação. O autor destaca a intensidade dessa guerra interior, indicando que o eu não regenerado é inimigo de Deus e que, mesmo após a reconciliação, o eu rebelde ainda luta. A ênfase é então direcionada para a busca da paz, não apenas o desejo passivo, mas a busca ativa. A comparação é feita com Cristo como o supremo pacificador, o embaixador enviado para negociar a paz entre o território celestial e terrestre.
        O autor conecta a bem-aventurança à busca contínua da paz por meio do evangelho, destacando a responsabilidade de todos os cristãos como embaixadores de Cristo.
        O texto ressalta que, assim como Cristo buscou a paz entre Deus e a humanidade, os seguidores de Cristo têm a responsabilidade de buscar a paz com Deus e entre si. A reflexão conclui enfatizando a importância de entender que a paz vem de Deus e de aceitar a responsabilidade de ser um embaixador da paz no mundo.
        No coração da mensagem de Cristo, encontramos um ensinamento profundo e transformador sobre a paz. Em um mundo cheio de conflitos e desafios, a paz que ele oferece vai além da compreensão convencional. Vamos explorar as palavras de Cristo e entender como podemos aplicar seus ensinamentos em nossa vida cotidiana.
        Cristo, o mestre divino, nos lembra de algo fundamental: quando confrontados com desafios, precisamos estar alertas, cientes de que a paz real não é encontrada nas circunstâncias, mas em algo muito mais profundo.
        Ele nos leva a uma reflexão sobre como reagimos quando enfrentamos adversidades. Ao mencionar situações como receber um tapa ou ser cuspido, Cristo nos instiga a questionar: o que fazemos diante dessas provações? Ele nos lembra de seu próprio exemplo quando, diante da agonia, ele permaneceu em paz, mantendo a serenidade mesmo em meio à tempestade.
        A ilustração de Cristo sobre um homem que recebeu cartas acusatórias, mas respondeu com um ato surpreendente de perdão, nos leva a um profundo entendimento sobre o verdadeiro significado do perdão. Esse homem, como embaixador da reconciliação, escolheu perdoar, erguendo uma placa que dizia: “Pai, perdoe-os.”
        Esse gesto extraordinário não apenas quebrou o ciclo de acusações, mas também destacou a essência do evangelho: perdoe nossas ofensas assim como perdoamos aqueles que nos ofendem.
        A busca pela paz, conforme ensinada por Cristo, não é apenas uma ausência de conflitos, mas um estado de bem-estar que transcende as circunstâncias. A palavra “shalom” em hebraico e “ειρήνη” pronunciada “eiríni” em grego vão além do simples conceito de paz; elas implicam em prosperidade, bênçãos e plenitude de vida.
        A falta de paz no mundo, argumenta-se, remonta à quebra da paz original estabelecida por Deus no Jardim do Éden. Desde então, a humanidade experimentou breves momentos de paz, intercalados por períodos de conflito.
        A verdadeira paz, afirma-se, é encontrada apenas em Cristo, o Príncipe da Paz.
        Ao abordar a fonte da paz, Cristo distingue entre a paz divina e a paz do mundo. Ele deixa claro que a paz que ele dá não é condicional às circunstâncias externas. Enquanto o mundo busca paz baseada em condições favoráveis, a paz divina é sustentada pelo relacionamento constante com Deus. A paz divina é mais do que um estado de tranquilidade; é uma paz que permeia todas as situações, independentemente do vento que sopra.

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