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”Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.“ Mateus‬ ‭5‬:‭8

Cristo caminhava pelas terras pregando as boas novas, atraindo multidões com suas palavras e curando os enfermos. No entanto, havia uma clara discrepância nas intenções: enquanto Cristo buscava ensinar sobre o Reino, muitos vinham a Ele em busca de cura para suas doenças físicas e problemas. Deus, frequentemente, usa a dificuldade e a doença humana como meio de atrair as pessoas para si. Cristo acolhia a todos, curando não apenas as aflições físicas, mas também alimentando a necessidade mais profunda do ser humano: a necessidade de Sua palavra. Neste cenário, Cristo subiu à montanha para proclamar as bem-aventuranças, e neste capítulo nos deparamos com a sexta delas, considerada por muitos teólogos como a mais sublime e difícil de alcançar.

Essa bem-aventurança nos desafia, pois nos diz que seremos bem-aventurados se tivermos um coração puro, capaz de ver a Deus. Este é um padrão elevado, pois implica não apenas na pureza exterior, mas na limpeza interna do coração. Cristo, no encerramento do capítulo 5 de Mateus, reforça a ideia de pureza ao instar seus seguidores a serem santos como o Pai celestial é perfeito. A pureza não é apenas um ideal, mas um padrão inalterável desde os tempos do Antigo Testamento, quando Davi descreveu aqueles que podem subir ao monte do Senhor como aqueles com mãos limpas e coração puro.

Contudo, o desafio é ainda maior, pois não apenas o padrão é elevado, mas o coração humano é falho. O profeta Jeremias alerta que o coração é enganoso e, muitas vezes, nos ilude. Não é apenas a altura do padrão que complica nossa busca, mas a profundidade do abismo que existe em nossos corações. Apesar disso, Deus insiste que ninguém O verá sem um coração puro.

Neste capítulo, vamos explorar três palavras cruciais: coração, limpeza e visão. O coração, não apenas como um órgão físico, mas como o centro do intelecto, emoções e vontade. A limpeza, referindo-se à purificação dessas faculdades manchadas pelo pecado. E, por fim, a visão, a promessa de ver a Deus como recompensa para aqueles que alcançam a bem-aventurança do coração limpo.
• O coração representa a totalidade da personalidade humana, afetada pelo pecado. Envolve a mente, as emoções, a vontade, as intenções e a consciência.
• A pureza, ou limpeza, refere-se à necessidade de remover toda mancha e contaminação.
• Finalmente, ver a Deus é a promessa reservada para aqueles com corações puros.
Um Coração Catártico e Limpo

O que tem a ver com a sua mente, sua vontade, suas emoções, suas intenções, sua consciência, tudo isso está intrinsecamente ligado à sua personalidade, e, infelizmente, cada uma dessas faculdades do homem foi manchada pelo pecado. Cada pensamento, desejo e intenção foram turvados por essa sombra que nos separa de Deus. Esta é a triste realidade da depravação total da raça humana, como Deus afirma, e ainda assim, o padrão divino permanece inalterado.

A bem-aventurança proclamada por Cristo é direcionada àqueles que possuem um coração puro. Mas o que significa isso? Não se trata apenas das ações externas, mas da totalidade da personalidade humana. É a mente, a vontade, as emoções, as intenções e a consciência – todas essas partes intricadas do ser humano que foram afetadas pelo pecado.

O problema central não reside apenas nas ações visíveis, mas no cerne do coração. Deus, em 1Samuel 16:7, nos lembra de que Ele não olha para a aparência externa, mas para o coração. O problema não está apenas nas nossas ações, mas na condição interna do nosso ser. Quantas vezes pronunciamos a frase “o importante é o que está no coração” sem perceber que, na verdade, estamos admitindo nosso problema fundamental.

As contradições dentro do coração humano são impressionantes, como um teólogo do passado afirmava. Somos capazes de expressar bênçãos com os lábios, adorar a Deus e, ao mesmo tempo, nutrir pensamentos impuros e desonestos. Isso revela a dualidade e a complexidade do coração humano. Nosso problema com Deus não está apenas na superfície de nossas ações, mas nas profundezas do nosso coração.
É durante a adoração, nos momentos mais sagrados, que pensamentos impuros invadem nossa mente, revelando a verdadeira condição do coração. Tiago ressalta essa contradição ao afirmar que, com os mesmos lábios que abençoamos a Deus, amaldiçoamos aqueles que são feitos à Sua imagem (Tiago 3:9-10). O coração do homem, incluindo o nosso, é o cerne do problema.

A solução para esse dilema não pode ser encontrada em nós mesmos. Deus é santo, e Sua justiça não pode ser violada. No entanto, em Sua misericórdia, Ele enviou Seu único Filho para carregar o peso da justiça que merecíamos. Na cruz, Cristo experimentou a escuridão do abandono, a catarse espiritual que aqueles que rejeitam Deus enfrentarão eternamente. Seu sacrifício proporcionou a purificação necessária para nos aproximar de Deus.

A palavra “limpo” assume um significado profundo nesse contexto. Uma catarse espiritual é necessária para limpar nosso coração de impurezas, da mesma forma que roupas eram limpas de manchas antigamente. A palavra “catarse” está relacionada à limpeza, e ao passarmos por essa experiência, nos tornamos livres de dívidas espirituais, assim como alguém que tinha cumprido todas as suas obrigações.

Essa pureza, no entanto, não é alcançada por nossos próprios méritos, mas pela obra de Cristo na cruz. Sua única oferta aperfeiçoou para sempre aqueles que são santificados (Hebreus 10:4). Somos declarados limpos de coração pela posição que temos em Cristo, proporcionando uma catarse posicional que nos coloca em uma nova relação com Deus.

Assim, a bem-aventurança proclamada por Cristo não é uma exigência inatingível, mas uma promessa para aqueles que experimentam a catarse espiritual e a pureza posicional que só pode ser encontrada em Cristo. É uma jornada de reconhecimento da necessidade, aceitação do sacrifício de Cristo e experiência da transformação do coração.

A Pureza Prática: Honrando a Santidade Recebida

A pureza posicional, obtida através do sangue derramado de Cristo, nos coloca em uma posição única e especial diante de Deus. Somos declarados perfeitos, não por mérito próprio, mas pela obra redentora de Cristo. Esse ato nos permite ser vistos por Deus como limpos de coração, uma pureza que vai além da nossa condição pessoal.

A epístola aos Hebreus, no capítulo 10, verso 4, ressalta essa perfeição posicional: “Pois com uma única oferta ele aperfeiçoou para sempre aqueles que são santificados”. Aqui, o autor destaca a singularidade e a eficácia da obra de Cristo. Uma oferta para sempre nos tornou perfeitos no passado, presente e futuro.

Dois capítulos à frente, em (Hebreus 12:22-23), somos novamente lembrados da nossa posição especial. Entramos na presença de Deus não como condenados, mas como parte da assembleia geral e igreja dos primogênitos inscritos no céu. A perfeição posicional é reiterada ao nos referirmos àqueles que já são perfeitos aos olhos de Deus.

No entanto, essa perfeição posicional não é um cheque em branco para uma vida descompromissada. Deus espera que essa santidade imputada em nós influencie nossa vida prática. Não se trata de alcançar a perfeição por nossos próprios esforços, mas de viver em resposta a essa santidade recebida. É uma jornada diária de honrar a pureza posicional que nos foi concedida.

Deus, ao nos declarar perfeitos, espera que nossa vida diária reflita essa posição especial. Ele não nos pede uma perfeição que podemos ganhar ou merecer, mas sim uma integridade que honre a santidade perfeita que nos foi dada. Essa integridade se manifesta em diferentes aspectos da vida.

Na área da doutrina, Deus deseja pureza. Ele não quer que contaminemos a pureza da salvação pela graça através de obras. A doutrina deve permanecer limpa, livre de contaminação, mantendo-se fiel ao que foi conquistado pela graça, pela fé.

Nos relacionamentos, especialmente no casamento, Deus espera pureza e fidelidade. Respeitar a santidade do casamento é crucial, seja como cônjuge ou solteiro. A história de José e a esposa de Potifar destaca a importância de manter essa pureza.

As palavras que proferimos também são alvo da expectativa divina. Deus deseja que nossas palavras estejam alinhadas com nossas ações, sem ambiguidades. A integridade na comunicação é fundamental para honrar a santidade que recebemos.

Além disso, Deus espera integridade em nossas finanças. Estar em dia com dívidas e compromissos é uma demonstração prática de honrar a santidade posicional. O profeta Daniel, embora confessando ser pecador, foi considerado íntegro, exemplificando que integridade não é perfeição, mas um compromisso com a santidade.

Em resumo, a pureza prática envolve viver em coerência com a pureza posicional que recebemos de Deus. Não é uma busca pela perfeição pessoal, mas uma resposta de integridade e temor diante da santidade imputada. Ao honrarmos essa pureza nas áreas práticas da vida, vivemos de maneira que reflete a graça redentora e a perfeição posicional que nos foram concedidas.

A Catarse da Mente: Limpando o Terreno da Vida

A metáfora da “catarse” nos leva a uma reflexão intrigante. Assim como uma catarse física envolve a remoção completa de impurezas, Deus espera que passemos por uma catarse espiritual. Essa purificação não se trata apenas de um órgão, mas da totalidade da nossa personalidade – mente, emoções, vontade e intenções. É um chamado para liberar o coração de todas as impurezas que nos impedem de ver a Deus.
O termo “catarse” é rico em significado, referindo-se a uma limpeza completa, seja de roupas sujas, grãos livres de palha ou um indivíduo liberto de compromissos. Nesse contexto espiritual, Deus nos convida a nos aproximarmos d’Ele após passarmos por uma catarse espiritual, onde não sobra nenhuma contaminação em nosso coração.
A limpeza posicional, obtida através da obra redentora de Cristo na cruz, nos coloca em uma posição de santidade perante Deus. Esta é a catarse espiritual, onde, pelos méritos de Cristo e a lavagem pelo seu sangue derramado, somos vistos como limpos de coração, mesmo não sendo perfeitos.
O compromisso com a pureza prática começa no terreno da mente. Deus espera não apenas uma limpeza superficial, mas uma purificação profunda que afete nossas ações e atitudes. O desafio é eliminar as impurezas que podem surgir, contaminando nosso coração e comprometendo a santidade que nos foi concedida.
Iniciar esse processo é como desentulhar um caminho congestionado, removendo entulhos mentais que obscurecem nossa visão da verdade. Deus não espera perfeição instantânea, mas sim um esforço consciente para purificar o coração.

Um dos pontos-chave para essa catarse mental é a seleção cuidadosa do que ocupará nossos pensamentos. O apóstolo Paulo, em (Filipenses 4), nos dá um guia valioso. Ele nos orienta a concentrar nossa mente em coisas verdadeiras, dignas, justas, puras, amáveis, honrosas e virtuosas. Esses critérios são como um filtro para nossos pensamentos, permitindo apenas o que é benéfico e construtivo.

Paulo destaca a importância de meditar naquilo que é verdadeiro. A verdade serve como um princípio fundamental que molda nossa perspectiva e influencia nossas ações. Ao concentrar nossos pensamentos na verdade, estamos, de certa forma, blindando nossa mente contra as mentiras que podem conduzir a ações prejudiciais.

A meditação naquilo que é digno e justo também desempenha um papel crucial. Isso implica em focar em valores que refletem a retidão e a integridade. Ao alimentar nossa mente com pensamentos dignos e justos, estabelecemos uma base sólida para decisões e ações que honram a santidade recebida de Deus.

A pureza também está associada à escolha de pensar em coisas puras e amáveis. Essa prática protege contra a contaminação de pensamentos impuros que podem levar a comportamentos inadequados. Concentrar-se em coisas amáveis nutre uma mentalidade positiva, promovendo relacionamentos saudáveis e construtivos.

Além disso, meditar em coisas honrosas e virtuosas fortalece o caráter. A honra e a virtude são qualidades que refletem o caráter de Deus, e ao fixar nossa mente nessas virtudes, estamos moldando nosso próprio caráter à imagem do divino.

Entender a importância de meditar nesses princípios não é apenas um exercício mental, mas uma estratégia prática para a purificação contínua. Essa catarse da mente é um processo dinâmico, que requer atenção constante para evitar que pensamentos impuros e negativos se instalem.

A limpeza do coração começa pela renovação da mente. Ao praticarmos essa catarse mental, abrimos espaço para uma vida que honra a santidade posicional que nos foi dada. A purificação dos pensamentos é o primeiro passo para uma transformação mais profunda, impactando ações e atitudes diárias. Este é um convite de Deus para uma mente renovada, uma mente alinhada com a verdade, dignidade, justiça, pureza, amabilidade, honra e virtude.

Contemplando a Face de Deus

Ao contemplarmos a realidade que corresponde à verdade, percebemos que a especulação pode ser um terreno perigoso. Paulo nos alerta para não investirmos excessivamente em algo que ainda não é verdadeiro. Um princípio fundamental surge: focar no que é verdadeiro e real evita muitos desvios.

A especulação, muitas vezes, nos leva a pensar em possibilidades que ainda não se concretizaram. É como se estivéssemos tentando antecipar o que Deus fará em nossa vida. O autor destaca a importância de mantermos a cautela diante das especulações, reconhecendo que apenas aquilo que já é verdadeiro merece nossa atenção.

A referência ao versículo de (Filipenses 4:8) nos oferece uma estratégia prática para essa jornada de purificação mental. A instrução de meditar em coisas verdadeiras, dignas, justas, puras, amáveis, honrosas e virtuosas serve como um filtro para nossos pensamentos. Essa prática não apenas evita a especulação prejudicial, mas também contribui para a purificação da mente.

A analogia da alimentação saudável é utilizada para ilustrar como cuidamos do que entra em nossos corpos. Da mesma forma, a purificação mental exige que cuidemos do que permitimos em nossa mente. Se nossos olhos e ouvidos são portas de entrada para pensamentos, é vital controlar o que permitimos entrar. A consciência da influência do que consumimos mentalmente nos leva a uma escolha mais criteriosa.
A limpeza do coração, como enfatizada, inicia-se pela renovação da mente. O autor destaca que a pureza não é apenas uma questão de comportamento externo, mas uma transformação interna que começa nos pensamentos. O versículo de (Provérbios 23:7), que menciona que como alguém pensa em seu coração, assim ele é, ressalta a importância de cultivar pensamentos puros.

Ao falar sobre a capacidade de contemplar Deus nesta jornada, o autor destaca diversas formas. A contemplação da imagem de Deus na natureza, na ação de pessoas ao nosso redor e na Palavra revelada são apresentadas como oportunidades para vislumbrar a grandeza divina. Essa contemplação é facilitada quando nossos corações são purificados, permitindo-nos ver a realidade divina por trás de cada circunstância.
A pureza posicional, garantida pela obra de Cristo, nos permite ver Deus face a face na eternidade. Contudo, a pureza prática, alcançada pela jornada contínua de purificação mental e espiritual, nos proporciona uma visão mais nítida e íntima de Deus nesta vida. O autor destaca a responsabilidade que temos nesse processo, enfatizando a importância de cuidarmos da nossa salvação com temor e tremor, reconhecendo a parceria entre a graça divina e nossa busca ativa pela santidade.

A sexta bem-aventurança destaca a imperatividade da pureza de coração como condição para a comunhão divina, para a visão direta de Deus. O salmista Davi, no Salmo 24, ecoa essa exigência “Quem poderá ascender ao monte do Senhor? Quem permanecerá em seu lugar santo? Aquele de mãos puras e coração imaculado, que não se entrega à futilidade e não jura falsamente” (Salmo 24.3,4; Salmo 73.1). Deus é santidade. Portanto, o autor da epístola aos Hebreus adverte: “Esforcem-se […] para serem santos. Sem santidade, ninguém contemplará o Senhor” (Hebreus 12.14). Isso não mudou desde o Antigo Testamento até o ensinamento de Cristo. A pureza do coração é um padrão constante estabelecido por Deus.
A distinção crucial entre a pureza de coração e a mera aderência a regras externas deve ser ressaltada. Dado que a pureza reside no âmago do coração, esta bem-aventurança nos confronta com questionamentos desconcertantes: O que preenche seus pensamentos durante momentos de quietude? Como reage diante de traições, independente do nível de astúcia envolvido? Aprecia humor negro, mesmo que seja genuinamente hilário? A que dedica sua lealdade? Qual é seu desejo supremo? Quais coisas e pessoas verdadeiramente ama? Suas ações e palavras refletem fielmente o conteúdo de seu coração? Ou são apenas uma máscara para ocultar seus reais sentimentos? Nosso coração precisa ser íntegro, puro e sem máculas.
Na consumação do reino celestial, quando um novo céu e uma nova terra forem estabelecidos, onde somente a justiça imperará, quando Jesus Cristo for plenamente revelado, seremos transformados à Sua semelhança (1João 3.2). Essa é nossa esperança de longo prazo, nossa anelação. Com base nisso, João assevera: “Todo aquele que nele [ou seja, em Cristo] deposita esperança, purifica-se, assim como Ele é puro” (1João 3.3). Em outras palavras, o cristão busca a pureza agora porque antecipa a pureza que será plenamente realizada no final. Seu compromisso presente alinha-se com sua esperança futura. Esse tema ressoa de várias maneiras ao longo do Novo Testamento. As exigências do reino permanecem inalteradas: a perfeição é um requisito constante (Mateus 5.48). Contudo, isso implica que o discípulo de Jesus, ansioso pela consumação do reino em sua perfeição, está decidido a se preparar para esse momento desde já. Ciente de sua presença no reino, ele zela pela pureza, reconhecendo que o Rei é puro, e o reino em sua forma ideal só admite a pureza.
Os corações imaculados são abençoados, pois contemplarão a face de Deus. Embora essa visão se concretize plenamente no advento do novo céu e da nova terra, já é uma realidade presente. Nossa percepção de Deus, sua ação em nossas vidas, e nossa comunhão com Ele dependem da pureza de nosso coração.
É crucial entender que a palavra “coração” aqui não se refere apenas ao órgão físico que bombeia sangue, mas à totalidade da personalidade humana. Envolve a mente, as emoções, a vontade, as intenções e a consciência. Todas essas facetas da humanidade foram manchadas pelo pecado.
Jeremias 17:9 nos lembra de que o coração humano é enganoso e incurável. Não é apenas o padrão de pureza que é elevado; é também a profundidade do abismo no coração humano que complica nossa existência. Deus insiste em que, para ver a Deus, é necessário ter um coração puro.
Entretanto, Jeremias nos alerta não apenas sobre a presença do mal em nossos corações, mas também sobre a habilidade enganadora desse mal. Nosso julgamento humano é superficial e, na melhor das hipóteses, inadequado. O coração nos trai, nos engana, fazendo-nos acreditar em mentiras.
A pureza prática abrange diversas áreas da vida cotidiana. Deus espera pureza doutrinária, sem contaminação da salvação pela graça através de obras. Ele espera pureza em nossos relacionamentos, especialmente no casamento, onde a fidelidade e o respeito à santidade dessa união são cruciais.
Além disso, Deus espera pureza em nossas palavras, ações e finanças. Ele nos chama a agir com integridade, discernindo o que é bom e agindo de acordo com isso, identificando-se publicamente com o que acreditamos em todas as circunstâncias. A integridade, destacada pela história de Daniel (Daniel 1:6-8), não exige perfeição, mas um compromisso consistente com princípios e crenças.
A busca por um coração puro não é apenas uma aspiração teórica; é uma jornada prática que envolve a purificação contínua de todas as áreas da nossa vida. Deus nos chama para uma catarse espiritual constante, mantendo nossa posição de santidade com temor e tremor, honrando a pureza que nos foi dada. Afinal, é através desse coração limpo que teremos o privilégio de ver a Deus pela obra redentora de Cristo que nos posiciona como santos diante de Deus, e outra, continua à medida que depositamos nossa esperança nele, permitindo que ele nos purifique em nossa jornada diária.
Agora, voltemos à estratégia que o apóstolo Paulo nos oferece em Filipenses 4:8. Ele nos instrui a pensar em coisas verdadeiras, dignas, justas, puras, amáveis e de boa fama. Este versículo é uma bússola prática para manter nossas mentes limpas.
A verdade é o ponto de partida crucial. Se algo é verdadeiro, é digno de nossa atenção. Devemos evitar a especulação, pois, como mencionado, muitas vezes não corresponde à realidade. Pensar em coisas verdadeiras impede que nos percamos em conjecturas inúteis e nos direciona para o que é concreto e real.
Além disso, pensar em coisas dignas, justas e puras nos guia na direção correta. Se algo é digno de louvor, respeito e alinhado com o padrão de justiça de Deus, é apropriado pensar nisso. Isso significa filtrar conscientemente nossos pensamentos e escolher focar no que é positivo e edificante.
A instrução de pensar em coisas amáveis destaca a importância de nutrir pensamentos benevolentes e gentis. Ao cultivar uma mentalidade amorosa, somos capacitados a ver as situações e as pessoas com compaixão e empatia.
Por fim, pensar em coisas de boa fama nos leva a considerar a reputação e a qualidade moral do que estamos meditando. Isso nos orienta a evitar pensamentos que manchem a pureza de nossa mente.
Essa estratégia não é apenas uma recomendação prática, mas uma ferramenta valiosa para a catarse mental diária. Ao adotar esse princípio, permitimos que a verdade, a justiça, a bondade e a pureza permeiem nossa mente, contribuindo para a constante purificação do coração.
É importante ressaltar que essa prática não é um exercício isolado, mas uma disciplina contínua. A mente é uma arena na qual travamos batalhas diárias, e o compromisso com a pureza mental requer esforço consciente.
Ao aplicarmos essa estratégia, começamos a perceber não apenas uma transformação na maneira como pensamos, mas também uma mudança em nossas ações. A pureza de coração, que começa na mente, se reflete em nossa conduta diária, em nossas palavras e em nossos relacionamentos.

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