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O Dízimo na Perspectiva Cristã: Antigo e Novo Testamento

O dízimo é um tema recorrente nas discussões sobre práticas e obrigações financeiras dos cristãos. Muitas vezes, a pergunta surge: devemos, como cristãos, continuar a prática do dízimo como era feita no Antigo Testamento? Vamos examinar essa questão com base nas Escrituras e entender o que significa dar no contexto atual da igreja.

O Dízimo no Antigo Testamento

No Antigo Testamento, o dízimo funcionava quase como um sistema tributário, composto por três tipos de coleta:

     

      1. Dízimo para os Levitas: Os Levitas, que não tinham uma herança de terra, dependiam do dízimo para seu sustento (Números 18:21-24). Era uma forma de manutenção para aqueles que serviam no templo e em outras funções religiosas.

      1. Dízimo para o Templo e Festividades: Este dízimo cobria as atividades do templo e as festas religiosas (Deuteronômio 14:22-27). Era uma forma de garantir que a adoração e as celebrações religiosas fossem sustentadas.

      1. Dízimo para os Pobres: A cada três anos, um dízimo era recolhido especificamente para os pobres, estrangeiros, órfãos e viúvas (Deuteronômio 14:28-29). Era uma rede de segurança social para os necessitados da comunidade.

    O Dízimo no Novo Testamento

    Ao examinar o Novo Testamento, não encontramos uma ordenança específica para o dízimo como uma obrigação compulsória. No entanto, a necessidade de sustentar a igreja e os necessitados permanece. Abaixo estão algumas considerações sobre como essas necessidades ainda são relevantes:

       

        1. Sustento dos Ministros: Pastores e líderes da igreja muitas vezes dependem do apoio financeiro para se dedicarem ao ministério em tempo integral ou parcial. Isso se assemelha à manutenção dos Levitas no Antigo Testamento (1 Coríntios 9:13-14).

        1. Manutenção e Expansão da Igreja: As igrejas precisam de recursos para suas atividades, construção e manutenção de instalações, assim como o templo precisava no passado.

        1. Assistência aos Necessitados: Ajudar os pobres e necessitados continua sendo uma obrigação cristã (Tiago 1:27). As igrejas frequentemente desempenham um papel crucial em suas comunidades ao prover assistência.

      Generosidade no Novo Testamento

      O Novo Testamento enfatiza uma abordagem de generosidade voluntária e alegre. Em 2 Coríntios 9:7, Paulo escreve: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria”. Isso indica que, embora não haja um percentual fixo como no Antigo Testamento, a expectativa de generosidade é até maior.

      O Dízimo como um Ponto de Partida

      Embora o dízimo não seja uma obrigação compulsória no Novo Testamento, muitos cristãos veem os 10% como um ponto de partida para a generosidade. Aqui estão algumas reflexões:

         

          1. Desapego do Materialismo: Dar é uma prática espiritual que ajuda a nos desapegar do materialismo e a confiar mais em Deus.

          1. Benefício para a Alma: Contribuir generosamente é bom para nossa alma, permitindo-nos experimentar a alegria de dar e o poder libertador de depender menos do dinheiro.

          1. Crescimento na Generosidade: Em vez de ver o dízimo como um teto, devemos vê-lo como um piso. Muitos cristãos podem se sentir chamados a dar além dos 10% conforme suas possibilidades financeiras.

        A questão não é apenas o quanto damos, mas quanto retemos para nós mesmos. Se uma pessoa tem uma renda substancial, dar apenas 10% pode ser insuficiente em termos de generosidade.

        Deus nos convida a doar com alegria e generosidade, e devemos considerar que, muitas vezes, dar mais do que o dízimo pode ser necessário. O dízimo pode ser visto como um ponto de partida, não como um limite. Dar é benéfico para a alma, ajudando-nos a nos libertar do poder controlador do dinheiro.

        Em resumo, a prática do dízimo, como era no Antigo Testamento, não se aplica diretamente aos cristãos hoje. No entanto, as necessidades que ele atendia ainda existem, e a generosidade continua sendo uma expectativa para os seguidores de Cristo. Portanto, devemos nos desafiar a dar com generosidade, não por obrigação, mas por um coração grato e alegre que deseja ver a obra de Deus prosperar em todos os aspectos da vida e da igreja.

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