A Dura Verdade Sobre o Salário dos Nossos Pecados
Em uma era onde o mérito é celebrado e o esforço pessoal é constantemente exaltado, muitos acreditam que a salvação é algo que pode ser conquistado. A noção de que Deus nos deve alguma coisa por nossas boas ações ou sacrifícios pessoais é uma ideia confortante, mas profundamente enganosa. A Bíblia, no entanto, é clara e incisiva ao lidar com essa questão.
O apóstolo Paulo, em sua carta aos Romanos, declara: “Porque o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). Essa afirmação, aparentemente simples, carrega um peso inegável. Se formos honestos com nós mesmos e com as Escrituras, precisamos encarar essa verdade com seriedade. O único “salário” que Deus nos deve, segundo a justiça divina, é a morte — uma consequência inevitável dos nossos pecados contra Ele.
Essa realidade desconcertante é muitas vezes esquecida ou suavizada na pregação moderna. É mais fácil falar de um Deus que recompensa os bons e acolhe aqueles que fazem o bem. Mas, a Bíblia nos lembra que todos pecaram e carecem da glória de Deus (Romanos 3:23). Não há um justo, nem um sequer. Estamos todos em uma posição de dívida com o Criador, e essa dívida não pode ser paga por nossas próprias mãos.
A salvação, portanto, não pode ser alcançada por mérito humano. Ela é oferecida pela graça e é de graça, por meio da obra consumada de Cristo na cruz. É um presente imerecido, uma demonstração do amor incondicional de Deus por um mundo que não merece ser salvo. Essa graça é um escândalo para aqueles que ainda acreditam que podem fazer algo para “ganhar” o favor divino. Ela humilha nosso orgulho e expõe nossa incapacidade total de salvar a nós mesmos.
Ou entendemos e aceitamos essa verdade, ou corremos o risco de permanecer na ilusão de que podemos conquistar o céu com nossas próprias forças. E essa é uma ilusão que leva à perdição eterna. A mensagem da cruz é dura, mas é a única que oferece esperança real. É preciso morrer para o orgulho e reconhecer que a salvação é inteiramente obra de Deus, não nossa. Somente assim podemos experimentar a vida verdadeira que Ele oferece, uma vida que é recebida pela fé, e não por obras.
O convite do Evangelho é claro: renda-se à graça. Deixe de lado a tentativa inútil de merecer algo de Deus. Reconheça que, fora de Cristo, a única coisa que você merece é a morte. Mas, em Cristo, há vida, e vida em abundância. Essa é a única verdade diante de cada um de nós. Que Deus nos conceda a humildade para reconhecer nossa incapacidade e nos dê sabedoria para viver à luz dessa verdade.